DEUS É LEGAL!

A palavra legal, que significa de conformidade com a lei, tem sido usada como adjetivo qualificativo para designar as pessoas que agem de maneira humana, sendo tolerantes, boas do ponto de vista humano, transigentes para com às regras impostas, complacentes quanto à transgressão da lei. Assim, aqueles a quem foram confiados zelar pelo cumprimento da lei, são tidos por “legais” quando são tolerantes quanto ao descumprimento da lei, permitindo serem elas desrespeitadas e violadas.

Por exemplo: Um guarda de trânsito pode ser chamado de “guarda legal” quando tolerar uma infração de trânsito e não multar um infrator. O infrator o chama de “guarda legal” pela conivência com que o mesmo se houve para com a transgressão do transgressor.

Como vemos, a palavra “legal” está sendo empregada em sentido contrário ao seu real significado, sendo, portanto, contraditória e invertida, chamando de legal o ilegal.

Um traficante é chamado de “legal” se não mede esforços e usa os meios de que dispõe e oriundos do seu proceder ilegal para conseguir o seu intento e subornar e até sustentar aqueles que possam concorrer para facilitar a sua ação, o seu tráfico, a sua ilegalidade.

Assim, os bandidos são chamados de "legais" por se comportarem de modo a agradar aqueles a quem subornam ou satisfazem.

Era o caso do traficante que, para ser bem visto pelos seus vizinhos, pagava suas contas de água e luz, dando-lhes até alimento, etc. Que cara legal! (?).

Nada obstante essa extrapolação do conceito de legalidade, o criador das leis que regem a todas as coisas criadas continua imutável, e, por conseguinte, os conceitos e leis propostos e estatuídos por Ele também.

Todas as coisas criadas, visíveis e invisíveis, são regidas por leis. Os astros e estrelas; elementos químicos; eletricidade, biosfera, reino animal e vegetal, tudo tem leis que os rege. Porque a lei é um princípio de direito necessário ao bom andamento das coisas.

Assim, para nós, seres humanos, foram estabelecidos padrões a que podemos chamar de leis para serem cumpridos e que, se violados, resulta em consequências perniciosas e prejudiciais à humanidade.

Ao eleger Deus ao povo de Israel como o seu povo, deu-lhe leis, estatutos, preceitos, ordenanças, mandamentos e juízos, a fim de norteá-lo e regê-lo, para que esse povo pudesse viver de um modo justo, não sendo como os demais povos sem lei; que praticava toda sorte de perversidades, como: infanticídio, homossexualidade, idolatria, incesto, etc. Disse-lhes Deus que devido a essa prática perversa a terra vomitava os seus habitantes para dar lugar ao povo dele, Israel. Lv. 18:25.

Ele, na sua imensa sabedoria, estabeleceu as leis que deveriam reger a então recém criada nação de Israel. E, como base dessa legislação, deu-lhes uma lei régia (real) que seria a base constitucional da nação. A violação dessa lei resultava em morte do infrator. E, como coadjuvante, deu outras leis ordinárias, chamadas de ordenanças, até um tempo de reformas, até que a nação amadurecesse e se tornasse adulta.

Mas a tolerância para com os transgressores levou Deus a anulação do pacto feito sob sangue de animais com o Israel nominal, o que resultou na perda de exclusividade como povo escolhido.

Sim, a morte de Jesus derrubou a parede de inimizade que existia entre aquele povo e os gentios, fazendo deles um só povo pelo sangue de Cristo.

Nada obstante o primeiro pacto ter sido anulado, o segundo continuou a viger.

Deus vela pela Sua palavra para a cumprir. A primeira vez que Deus falou de forma coletiva, Ele deu a sua lei: “Os Dez Mandamentos”. A partir de então, sempre que Ele lhes falava através de seus servos, os profetas, Ele requeria a obediência a esses mandamentos. O cumprimento deles sempre foi condição precípua para a bênção, para se alcançar sabedoria, para viver, e para alcançar graça. Vejamos !

Na lei de Moisés está: “E será que se diligentemente ouvires a voz do Senhor teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu te ordeno hoje, o Senhor teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra. E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do Senhor teu Deus.” Dt. 28:1 e 2.

Escreveu Salomão inspiradamente: “Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e esconderes contigo os meus mandamentos (…) Então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca vem o conhecimento e o entendimento.” Pv. 2:1 e 6.

Disse Davi: “Bem aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na Lei do Senhor, e na Sua lei medita de dia e de noite.” Sl. 1:1 e 2.

Disse Jesus a um mancebo que perguntou o que fazer para conseguir a vida eterna: “Se queres entrar na vida, guarda os mandamentos.” Mt. 19:16 e 17.

Quem diz que Deus não é legalista não conhece a Deus. Esses que dizem que Deus é “legal”, pensando ser Deus conivente para com a transgressão da Sua lei, e que diz que Ele não é mau para punir, não conhece a Sua palavra.

Por que haveria Deus de fazer acepção na lei, instituindo uma para o povo de Israel nominal e deixando os demais sem lei, se Ele reprova o fazer acepção de pessoas na lei? Ml. 2:9; Rm. 10:12.

Todos os profetas foram usados por Deus para advertir o seu povo sobre a transgressão da Sua lei.

Diz a escritura: “Tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros.” I Sm. 15:22.

Diz ainda: “Portanto, o que desde o princípio ouvistes permaneça em vós. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também permanecereis no Filho e no Pai.” I Jo. 2:24. “E aquele que guarda os seus mandamentos está em Deus e Deus nele.” I Jo. 3:24, p.parte.

Oli Prestes

Missionário