Meu espírito já quer sair do meu corpo inteiro. E arrebatará para o firmamento atravessando rios e mares... Por entre densas nuvens, nuvens passageiras e outras sopradas pelo vento. Amada! Vem comigo, vem junto ao seu amado e deixe o teu travesseiro.
Deixe todas as rosas perfumadas do teu jardim, as vermelhas, as rosadas... Deixe-as aos cuidados do teu pai. Em boas mãos estarás, como o teu vestido de noiva guardado as sete chaves no nosso armário. Assim como o teu vestido púrpura... O vermelho, e que deles o vestistes nas nossas noites inesquecíveis de amor, de gala. Assim como os teus perfumes de mirra em cima da cômoda, mas, antes de subires derramas-te em ti o do cheiro contido naquele frasco dado por teu pai; o ímpar.
Vem comigo, vamos! Ir de encontro ao paraíso onde não lá há dor, guerra, abatimento... Onde não há tribulação, onde não haverá lágrimas e... Deixarei ao teu pai o bom do meu vinho! Meu espírito estarás a sair. Amada! Não peça para ficar, vem comigo, vem! Tu fostes uma vez lembra-te? Presenciou do cosmos as suas estrelas, a galáxia, a imensidão do infinito. Querida não chores! Se não queres, irei só, fazendo a não esquecer do meu amor, do meu coração que te ama!