O JOVEM E A IGREJA
Inicialmente vamos definir tanto um como o outro, pois se faz necessário.
Jovem: Qual a sua idade? O conceito hodierno de jovem deve estar bem distante do daquele tempo em que o homem vivia mais. Hoje consideramos como jovem aquele que está aparentando isso, não obstante ser a idade que inicia com a puberdade e se estende até o início da idade adulta; faixa etária entre 12 e 21 anos. Mas avaliemos outro aspecto da juventude. Por exemplo: falamos de um jovem senhor ou uma jovem senhora, para designar uma pessoa que, mesmo casada, ainda está aparentando juventude. Por outro lado, podemos considerar ainda um outro aspecto. Digamos uma pessoa que aceite Cristo com idade suficiente até para ser chamado de idoso, mas podemos chamar de jovem irmão, pois que ele é novo no caminho. De modo que os conceitos podem variar, sem deixar de manter características bem definidas. Pode-se ser um jovem velho de banco na igreja, ou ser um idoso novo na fé.
Igreja ou congregação: Entidade formal ou até informal do ponto de vista legal ou jurídico. Local onde se congregam os que crêem em determinados pontos doutrinários. Embora esse conceito não seja bíblico; pois, pelas escrituras, entendemos que igreja são os membros pertencentes a mesma crença.
O título sugere a inquirição do papel do jovem na igreja. E, para responder a essa pergunta, precisamos recorrer à Bíblia, buscando exemplos e seus valores.
Os exemplos são vários, a começar por Abel, Davi, Daniel e seus três companheiros, chegando até Jesus. Abel obteve do Senhor, testemunho de que agradou a Deus. Davi recebeu testemunho de que foi um homem de coração segundo Deus. Daniel preferiu passar à água e legumes a se contaminar com as iguarias do rei Nabucodonosor; preferiu ainda correr o risco de morte por feras, a deixar de invocar ao Senhor; seus companheiros preferiram o risco de morte em fogo, a adorarem uma estátua de ouro. E tudo por quê? Pela esperança na existência de um Deus justo e galardoador. Um caráter desses não se herda geneticamente, mas é, muitas vezes, o resultado do labor dos pais para incutir na mente dos filhos a doutrina Cristã, obedecendo ao mandado do Senhor: "Ensina teu filho no caminho em que ele deve andar, e depois de grande não se apartará dele. É também o resultado de uma vivência participativa na igreja ou congregação; seja ouvindo, cantando, orando, enfim: obedecendo aos programas traçados pela liderança da igreja.
Fala-se na força jovem. Certamente o jovem possui uma força e muitas fraquezas. Por isso precisa aprender a dirigir ou canalizar essa força para um objetivo racional, salutar, sem o que se torna uma força destruidora.
Uma força, como a eletricidade, se convenientemente utilizada, traz benefícios ao seu usuário. Mas sem planejamento não pode alcançar objetivo altruísta, podendo ser danosa, à semelhança do raio, do tufão e do vulcão, que queima, destrói e vomita fogo. Assim, a força jovem sem a orientação do espírito é arrogância, orgulho, altivez, vaidade; consequentemente, funesta. Originado e dirigida pelo espírito, produz o seu fruto: gozo, paz, longanimidade, temperança, etc.
A Escritura diz que a glória do jovem é a sua força. Mas diz também que maldito é o homem que confia na força do seu braço. E que se alguém se gloriar, glorie-se em saber que o Senhor é Deus.
Como alcançar um objetivo excelente? O apóstolo Paulo, escrevendo ao jovem Timóteo, seu filho na fé, assim se expressou: "Até que eu vá, dedica-te a leitura, meditação e aplicação para que o teu progresso seja manifesto a todos. Sem esse exercício o jovem não cresce na graça, não se torna adulto, não produzirá fruto, ficando apenas de aparente exuberância, vindo a murchar como a flor, quando o sol aquecer ( o fogo da prova ).
O Jovem é suscetível de se levar pela força interior como do vulcão, uma força que explode e queima, e que precisa ser conhecida e controlada, ou totalmente dominada. E que força é essa? Disse o apóstolo escrevendo a Timóteo: "Evita as paixões da mocidade". Quais são? Todo o desejo vão que procede do coração e que suscita inclinações carnais em todas as suas formas. Para compreendermos isto, basta uma reflexão em Lm. de Jr. 3:27-30 e Ec. 11:9 e 10, ou ainda em Pv. 4:23.
Mas a mocidade é tendente a se deixar levar por vista e pelo coração, pensando que dele emana um sentimento puro e o amor. Por isso disse Salomão, inspiradamente: “... anda pelo caminho que agrada aos teus olhos, sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá conta.” Diz Jeremias que a voz mais enganosa que existe é a do coração.
O jovem na igreja ou jovem e a igreja, sugere integração: na participação, no conhecimento, na função enquanto membro do corpo, pois a igreja é o corpo cuja cabeça é Cristo. Mas para isso se faz mister a conscientização do seu papel e do seu dever: se faz mister, ainda, renúncia do "eu" e o mundo, esvaziando-se para poder ser cheio do espírito; morrer cada dia a fim de renascer para uma nova vida, como Jesus que esvaziou-se a si mesmo, tomou a forma de servo, humilhou-se a si mesmo e se entregou à morte para nos remir. Disse ele: "Se o grão não morrer fica ele só, mas se morrer dará muito fruto". Quando se fala em igreja a primeira idéia que se nos aflora à mente é a de um prédio, uma construção, uma organização.
Entretanto, é necessário que se compreenda que a igreja, como corpo de Cristo, está bem além desse conceito. Épreciso definir a igreja não do ponto de vista humano, mas do ponto de vista cristão, espiritual, com seus valores não humanos, mas divino, quais sejam: os dons espirituais, compreendendo sua função como luzeiro num mundo de trevas.