Um dia antes do nascimento da bela protagonista deste livro, o Giovanni, meu primogênito, fez-lhe um dos mais belos poemas que já li: POEMA PARA A JÉSSICA (Criado na noite) – Quando tu chegares, / queria que fosse primavera / e, ao invés de homens te tocarem, / que te tocasse a relva... / Quando tu chegares, / queria que a vida se tornasse indescritivelmente bela, / para os que têm muito e para os que não têm nada, / pelo menos neste instante / as fronteiras humanas deixassem de existir, / línguas, religiões, raças, / ideologias, necessidades e ambições... / Quando tu chegares, / queria que o mundo se tornasse justo, / a lei se fizesse amor e amizade, / a guerra se fizesse paz, / a fome se fizesse abundância, / a discriminação se fizesse compreensão, / a perseguição se fizesse liberdade, / se não naquele instante, / pelo menos por toda a vida... / Quando tu chegares, / queria que todo o mundo parasse / e sentisse o teu momento único: / mágico mistério de nascer.
Um outro poeta, Cláudio Carvalho Fernandes, do mesmo mês em que nasceu a Lílian, março, nosso parente sanguíneo, inspirou-se: Julho, dia treze, quarta-feira: / É uma menina linda, muito bonita. / Seu nome é Jéssica, a inteira / Semelhança com a vida infinita / Inspirada no amor, a primeira / Criação que ao seu Criador imita, / Amor que eterniza a vida passageira; - Já é tempo de viver o amor. / É tempo da vida flores-ser, / Sorrindo para a luz e a cor, / Somando emoções para que o ser / Infinito seja em seu esplendor / Criativo de mais esperança ao se ter / A poesia da vida num poema de amor; - Juntar o amor à poesia; / É assim que nasce um poema, / Sob a inspiração que cria / Sentido maior em seu tema, / Infinito absoluto da harmonia / Cósmica, universal criação suprema: / A vida vinda da vida que já a via; - Já é tempo de viver o amor, / É tempo da vida reflorescer / Sobre o próprio mundo, aonde for, / Sentida, a magia maior do ser / Iluminando a alegria de toda cor, / Criação plena, poema a ter / A poesia completa de todo o amor.
Obviamente que os poetas são seres demasiadamente privilegiados porque não lhes escapam nem as rosas nem tão pouco os espinhos. Estes que acompanham as delicadas obras criativas de Deus não lhes machucam. Existem, porém, aqueles independentes que ferem impiedosamente e às vezes matam as suas vítimas.
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Do livro “Jéssica, Minha Neta”, Edição da autora, Teresina, Gráfica e Editora Júnior Ltda.,1995, páginas 25 e 26.
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