Em data fúnebre constato um quadro macabro. Somente reconheci a vítima por ali se encontrar seu filho dedicado. Amigo. Filho prodígio. Soube empregar suas forças, contidas na dor, para dar de si àquela que um dia lhe trouxe ao mundo.
O conteúdo desta realidade espetou-me o coração. Analiso o quanto as misérias são presentes. Arrebatam-nos a beleza material. Enfraquecem-nos à morte. Tornam-nos irreconhecíveis.
Quanta dor naquela que foi bonita de verdade. Morena de olhos belíssimos e corpo escultural. Punha-se a morrer, em leito hospitalar, tristonha e indefesa.
Senhor de bondades incontáveis, que os médicos sejam instrumentos capazes de transmitir a Tua saúde, a Tua sabedoria, a Tua responsabilidade, em nós, que nada somos sem a Tua aquiescência; que semelhantes quadros desapareçam da Terra, quando já se consegue ir à Lua.
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Do livro “Tópicos Emocionais”, parte integrante da coletânea "Passarela de Escritores". Edições Jacurutu. Teresina, 1997, páginas 70 e 71.
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