Sinfonia dos passarinhos no arrebol...
Soam melodias que vêm co’os raios de Sol —
Anunciando um novo dia.
A aurora manifesta suaves e ledas andanças,
Em nossas vastas sensações nas lembranças,
Numa fascinante eufonia.
O Bem-te-vi entoa notas em Lá bemol...
Os pássaros saem dos ninhos, atrás do girassol —
Compondo cantos em liberdade.
Gorjeiam frases polifônicas, sem aritmética...
Alimentam os filhotes numa forma tão poética —
E permanente notoriedade.
Aqui, no alto desta colina, onde os Canarinhos
E as graciosas Andorinhas, vêm fazer seus ninhos —
Trazem no bico — ramos e flores...
Num ad libitum bailado, flutuante e envolvente;
Sintonia nos belos cantos da natureza atinente —
Ao romper da aurora — lindas cores!...
As faceiras Gaivotas, ao mar, com suas asas longas...
Mergulham num voo rasante por debaixo das ondas;
E voam sobre as marés mais altas...
Predominando entre outras aves, em seu espaço aquático;
Mas aí, o Jaburu afana delas o alimento, mui simpático...
Levando o pescado das Gaivotas!
O Rouxinol, com seu canto lírico, gorjeia linda melodia...
Uma sonoridade inebriante, na glória de sua cantoria...
As cadências jamais esquecidas;
Vibram com todo ardor, acalentando nossos corações,
Junto co’os acordes vindo do Sol, e trazem-nos emoções
Vibrantes nas asas coloridas.
As Araras, com caudas reluzentes, belas e formosas...
Rubras, verdes, amarelo, azul anil, de cores extremosas,
Acalentando, todo o alvorecer...
Fazendo gracejos p’ra sua amada, exibindo o seu cantar...
Que o tempo esculpiu na linda floresta o seu trautear...
Profunda satisfação de viver.
O Pica-pau picota na madeira — fazendo toda a marcação;
Regendo no toc-toc, os meros compassos com precisão...
Os passarinhos saem dos ninhos —
Nos primeiros raios de Sol... E vestem a mata de toda cor...
Pintassilgo, Curió, Tuim, Tiziu, Uirapuru, Sabiá e Beija-flor...
Na Sinfonia dos passarinhos.
Paulo Costa
São Paulo, 13 de agosto de 2000.