Um punhal muito afiado perfurou-me
à procura do sanguíneo coração;
que escondido na Sibéria consolou-me:
Fique frio, estou vivo neste vão...
Vão se embora os anéis, mas ficam dedos,
ajudando segurar esta alegria;
que gelada lá no freezer do Macedo
viverá vegetativa, até que um dia...
Um dia... Quem sabe um dia, voltará
pra secar as minhas lágrimas profusas,
ou quem sabe, pra trazer de volta a musa...
Sem a musa, o bom Deus não deixará,
pois a vida neste mundo é tão triste
quando afasta o passarinho do alpiste...