No cinema, assistindo um melodrama
-tendo à mão aquele saco de pipoca-
vi chegar a tal madame, bem dondoca:
Uma fera preservada pelo Ibama...
Já mostrando ser a dona do pedaço
foi marcando, com seus dentes, meu pescoço;
sua mão foi conferir o meu esboço
que num átimo era já um calhamaço...
Depois disso pôs-se a lê-lo no escuro
devorando os seus versos, que eu juro,
já vertiam panacéias gotejantes...
Satisfeita por secar aquele errante
abraçou-me, convidando para uns drinks,
que a deixasse mais fogosa, assim nos trinques...
Minha amiga Ana Maria Gazzaneo, censurando o meu soneto, gostosamente.
Melodrama não te engana
Mas a fera fez descaso
Eu sei bem que o fim do caso
Censurou riso do Lhama!