Escrevo para te ouvir o coração, a grandeza da alma empírica.
Dúvidas de te encontrar sã e salva das vituperinas divagações de alguns pouco ocupados, são mais que muitas. Porém ardo de tesão de me imaginar entrelaçado no teu corpo nu, de te cheirar a pele húmida e o sexo quente do prazer recente, de cairmos loucos um no outro até à exaustão, como se o mundo vivesse das penetrações ou inseminações sem contexto.
E por vezes sabe bem a desordem, dos suores transferidos sem que a ferida da solidão se sobreponha e apenas sugar o teu sexo, quase de forma animalesca, momentos de pura alegria, puro prazer carnal. E ter o corpo saciado, longe da tortura do trabalho ou da ignorância auto-imposta de cada um. O prazer faz parte, ponto assente, e decerto te lembras das loucuras que nos incendiaram e que quase nos fizeram passar pela vergonha de passarmos a noite na cadeia. Quantos os suores frios que se entranharam nas nossas aéreas consciências. Mas ainda assim sorriamos e íamos saciados.
Minha querida imagina apenas como eu estou, mas vê bem também te escrevi para saber se ainda suas e se posso lamber toda essa ardente sedução que emanas naturalmente. Tenho saudades das anti-lições de moral, da provocação, a selvática provocação!
Tenho saudades tuas!