Discurso de posse na presidência da Sobrames-PE
Senhor presidente, senhores da mesa
que aqui representam a nossa cultura
nas academias, na literatura,
demais integrantes que – tenho a certeza –
nos honram com sua presença cortês,
a quem eu me dirijo no afã de saudar,
eu peço licença pra me apresentar
no discurso de posse, de praxe, formal.
Confrades, amigos, não é meu normal,
mas tenho o dever de falar, de informar.
De início eu lhes peço total paciência
em talvez não fazer como esperam de mim.
Não sou presidente. Eu estou. Mesmo assim,
me falta bagagem. Sem a experiência,
em total timidez, a incerteza me vence,
a batalha é dantesca, o esforço é sem par.
Eu não sei que fazer, eu nem sei começar
um discurso de posse, como outro qualquer,
repassar minha vida, um resumo sequer
do que fiz, que não fiz, que medidas tomar.
Mas tenho a mão firme do amigo Barreto,
o melhor presidente que a casa já viu
e que agora é meu vice. Não sai, não sumiu,
vai ficar trabalhando comigo, eu prometo.
Ele vai fazer parte do novo quinteto
e a Sobrames com isso só tem a ganhar.
Vou traçar novas metas, com ele a ajudar,
e a mudança será simplesmente de mão.
O implemento de metas, o plano de ação
terá sempre o seu dedo, ou o que queiram chamar.
Pois, se estou hoje aqui, não foi minha a vontade
e não era o meu plano, isso eu disse a vocês.
O trabalho era o meu contributo. Mas eis
que já faz algum tempo o meu nome é citado
a assumir presidência. E no cerco montado
aceitei o convite. Esse meu relutar
não vai ser empecilho pra mim. Vou lutar
contra a tal timidez que hoje estou revelando
e vocês já conhecem. Não sei como ou quando,
mas sei que isso é água, e só corre pro mar.
Chegou minha vez e eu me faço presente.
Eu não fujo à batalha e meu plano já fiz:
vou manter as propostas do amigo Luiz
e outras coisas mais simples talvez implemente:
as sessões musicais cujo broto ou semente
em passado recente trouxemos ao ar,
coletânea de contos e prosa ou – quiçá –
de poemas também, pois é nosso desejo
a total inclusão dos confrades. Sem pejo,
o que temos em mente só faz me animar.
Serão onze sessões literárias. É norma.
O que agora apresento – acrescento talvez –
é um projeto que tenta integrar, mês a mês,
escritores e artistas, mostrar outra forma
de pôr a Sobrames na mídia, que informa
e transmite, mas deve ir além e mostrar
o que existe nas artes em cada lugar
que ela se manifeste, e essa casa é um exemplo.
É uma luta sem trégua, sem prazo, sem tempo
e eu conclamo vocês. É preciso somar.
Em 2008 teremos congresso,
e aqui faço um convite: formar caravana
e passar alguns dias – talvez a semana –
lá no Ceará, pra mostrar prosa e verso
e cantar Pernambuco. Senhores, eu peço:
façamos um grupo pra representar
nosso Estado aos irmãos. Vamos, pois, divulgar
nossa terra imortal, imortal como a voz
que mostramos ao mundo e que emana de nós,
que fizemos história. Eu estou a chamar.
Pra formar nossa grei contarei com confreiras.
Será secretária com muito cacife:
Maria de Fátima Barros Calife.
Verônica Nery será tesoureira
e conto com Zília Aguiar Codeceira
na nova função que hoje estou a criar,
Diretor Cultural, e ora estou a empossar.
Com Barreto na vice, a mostrar-me o caminho,
eu espero atender à atenção e o carinho
de todos vocês a o meu nome aclamar.
E ao final me dirijo aos senhores da mesa,
que me permitiram fazer meu discurso.
Senhores, eu sei que é penoso o percurso,
mas conto com todos, eu tenho certeza.
Aos colegas da casa eu só peço a firmeza
em manter a Sobrames no seu patamar
- quiçá levantar – e outros mais convidar
a lutar esta luta em favor da cultura.
Agradeço a atenção a essa minha loucura
e findo o galope na beira do mar.