(Dedicado a Manoel de Barros)
Manoel foi pra festa no céu
na viola do urubu e não caiu
e não voltou, ficou azul.
Por que voltar, se todos os bichos
estão por lá a brincar e pular?
Antes de falar de Manoel fui
e fiquei a me enrolar nos Barros
na lama e no limbo das pedras
nas latas velhas do chão
procurei todos os bichos
pra me dar uma opinião.
Sapo me falou que fugiu
do Manoel que lia sua alma
que via sua calma
nos pulos que dava tão devagar.
Falei, também, com o João De Barro
seu parente no nome que me disse
que Manoel fez uma COHAB
de desobjetos de Barros
para todos os passarinhos.
Conversei com a bicharada
e sua parentalha
pra saber o que pensavam dos
Barros que o poeta
jogava nos poemas e
lameava nossa imaginação.
Dos rios que passavam
feito serpentes
das bananeira que se
atrapalhavam no vento
todos são juntados a
dizer que Manoel não era
gente e só falava bicho e pau
por ser a eles tão igual.