O coração sente-se vazio quando nele não pulsa uma paixão.
Mas quando o amor vem e uma paixão violenta se aproxima,
o coração manda ir bem para o centro do furacão.
Pressentindo o perigo a gente vai entrando e entre beijos e sorrisos,
algemas se entrelaçam em nossas almas e tortura se inicia.
Se deseja o corpo da amada, como se no deserto estivesse a procura de um gole d’água.
O cheiro, o brilho do olhar, um gesto espontâneo e qualquer, se entranham em nossa mente.
Questionando consigo, se deveria ter mesmo entrado,
dá-se mais passos precisos e seguros em direção ao sofrimento.
E de braços abertos no meio da tempestade se espera um raio certeiro dizendo em murmúrio, mas sem sentir o que diz - “não quero ser o alvo”.
É misterioso e estranho. Sei que vou sofrer, sei que não quero sofrer,
mas sinto que prefiro cair nesse abismo à viver a segurança insensível de não amar.
Neto Madeiro