para Mercia
Quando o deixaram em paz, e as lágrimas puderam rolar pelo seu rosto, recordou o dia em que pelo vidro da maternidade a viu pela primeira vez.
Depois quando a teve nos braços, tão pequenina, tão delicada que teve medo de machucar.
Quantas vezes trocou suas fraldas, inúmeras levantou de madrugada ao mais leve tossir.
De quando começou a gatinhar e a andar.
Dos passeios nos parques, das suas festas de aniversários. Do dia em que deixou suas bexigas cheias de gás, escaparem de suas mãozinhas, comprou outras, mas, ela queria que ele fosse buscar aquelas que estavam lá no céu.
Sorriu ao lembrar-se de suas risadas e de seu sorriso.
Ali de joelhos na beira do lago, sabia que o último pensamento dela fora: ”Pai! Pai! Pai! E ele não estava lá, não estava lá, não estava.