DE LAGARTAS A BORBOLETAS
Muita gente se queixa da vida. Vive a destilar amargura; de tudo reclama. A insatisfação toma conta de si e frequentemente contagia os que estão ao seu redor.
A natureza nos mostra que tudo é cíclico, passageiro. até mesmo essa situação há pouco descrita. Cabe a nós aprendermos a tirar proveito e lição de cada ocorrência. Tomemos, por exemplo, a borboleta. A princípio, feia e destruidora; obrigada a se arrastar e comer folhas da planta que um dia a brindará com o mel se suas flores. Quem quer ser lagarta? Creio que ninguém, mas todos gostariam de ser a bela borboleta a esvoaçar, de flor em flor, colorindo e embelezando as manhãs primaveris. Mas não querem pagar o preço de viver sua fase lagarta. É extrema e vitalmente importante que a lagarta se desenvolva como tal, cumprindo fielmente esse estágio, passando a seguir pela forma de crisálida antes que venha ser uma linda e esvoaçante borboleta. A crisálida e a fase mais difícil e vulnerável da vida da borboleta. É alvo fácil dos predadores. Mas, com sorte, se não houver qualquer agressão externa, em breve tempo teremos mais um belo lepdóptero a dar cores e beleza em nossos jardins.
Assim é o curso normal da vida. Temos também três fases a cumprir em nossa existência: geração e gestação; nascimento e infância, puberdade e adolescência; maturação; envelhecência. Não adianta querer se espernear e queimar uma dessas fases, pois delas precisamos visceralmente. E de extrema importância vivermos cada uma dela, para que atinjamos o último estágio com beleza e qualidade de vida.
Da gestação à puerícia a criança é totalmente dependente dos pais. Mas esta é uma das fases mais importantes para o desenvolvimento do ser humano, tanto físico quanto emocional. Dele depende as demais etapas que virão. Um lar equilibrado, numa atmosfera de amor, respeito e diálogo, onde pais e mãe desempenham os seus papeis sem omissão, onde a verdade não dá lugar à mentira e a omissão não tem vez, em que os princípios divinos não praticados e exemplarmente ensinados, é o cenário ideal para a criança se desenvolver e atingir a próxima etapa.
A puberdade e a adolescência são, talvez, a fase mais difícil e, quiçá, a mais importante para o desenvolvimento do ser humano. é neste período que obrigatoriamente temos que passar e nos preparar para a próxima fase que ocorrem as mudanças mais visível entre os extremos da vida. Não só mudança físicas, mas experimentamos também transformações no campo mental e emocional. Assim como não podemos nos furtar da explosão hormonal que, 'sem pedir licença, muda nossas vidas' (como Toquinho e Vinícius bem retrata em Aquarela), devemos igualmente aprender com a situação e ter a melhor passagem para a fase adulta. Cabe a nós, pessoas mais maduras, dar a mão aos adolescentes e ajudá-los a passar de fase. Eles estão em profundo conflito consigo mesmos. Não é fácil para uma criança, de repente, sem aviso prévio, romper sua infância, descobrir que a "Terra do Nunca" agora passou a ser “Terra do Nunca Mais” e que o "Pirlimpimpim" já era e agora terá que andar de pés no chão e não mais nos ares qual Peter Pan.
Os adultos são sarcásticos com os adolescentes, belas crisálidas humanas, totalmente vulnerável, mais um vulcão em implosão e erupção interna, pronto para explodir e se transformar num homem ou mulher adulta. Podemos ajudá-los a atravessar essa dolorosa fase e transformá-la (quem sabe?) na fase mais saudável e memorável de suas vidas. Precisamos mostrar-lhes o caminho das pedras e não deixá-los andar como cegos em meio a um tiroteio. Não seremos tão perversos a esse ponto. Aos pais cabe o dever de orientar seus filhos e ajudar-lhes a cumprir a sua crisalidalícia ou adolescência saudavelmente, para que se tornem homens e mulheres saudáveis e bem-sucedidos.
Passadas as fases mais importantes, entramos na etapa não menos importante que é a Maturidade que se prolonga até o ocaso da envelhecência. Esse é o período da colheita. Colheremos tudo o que plantamos nos dois anteriores. A qualidade de vida que teremos dependerá de como tivemos nossa puerícia e adolescência.
E se não as tivemos de forma saudável? O que será de nós? Teremos que amargar a nossa futura desventura? A má notícia é que vamos colher aquilo que plantamos. E sempre, pela lei da semeadura, colhemos muito além do que plantamos. Os grãos se multiplicam. A boa notícia é que sempre podemos mudar. E se podemos mudar, que seja para melhor. A Palavra de Deus nos ensina que podemos nascer de novo, da água e do espírito (João 3:3-5). Agimos pelo modo que pensamos. Se mudarmos nossa forma de pensar, isso certamente refletirá em nossos atos. Romanos 12:2 nos ensina que podemos nos transformar pela renovação de nossa mente.
Façamos, pois, uma reflexão, rejamos nossos padrões e submetamo-los à balança, ao crivo da Palavra de Deus e procuremos mudar, pela transformação do nosso entendimento, Certamente seremos novas pessoas, com novos hábito e, o mais importante de tudo, poderemos experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Que o Senhor abençoe suas vidas abundantemente!!!!