O CANTO DO CANTO faz da sua direção o infinito, pois não deixa de ser uma quina, uma meta, uma seta, que se dirige ao longínquo dos cantos de todos os lugares. Seguindo no percurso de vozes que se dissipam e dialogam entre si, contaminam os ouvintes de todos os cantos pelo seu canto, profícuo, prolixo, sintático e sintético. E ao encantar carregam para todos a mensagem pretendida, fazendo da mágica a magia, ligando o tudo ao nada do universo ao centro do eu, que ouve e canta o canto numa união de vozes retumbantes, latentes e comoventes. Com lágrimas as palavras ficam trêmulas e permeiam o espaço em vibrações ondulantes, criando momentos de angústia e dor. Levam de si sons catalisados e fazem com que os momentos se eternizem por força da alegria e do contentamento. As cordas amarradas em seus braços elevam os seus gestos e cada vez mais passam a mantê-los erguidos para que o som atinja o seu ápice. A sutileza das notas tiradas pelos lábios debruçados sobre aquele instrumento metálico, conseguem sussurrar em nossos ouvidos doces e meigas palavras, que ternura os nossos corações, colidindo com a nossa emoção. Daí vibram em conjunto com as vozes poderosas do canto que o canto emudece quem triste parece e fenece num instante crepúsculo, deixando as estrelas chegarem, tão cintilantes quanto a lua que por metade só, parece-nos sorrir. E o manto negro da noite vem cobrindo o espaço e o som o atravessa como uma seta para atingir ao mais alto salto ao infinito. Esse é o momento de alegria onde pessoas se encontram e fazem das suas vozes o instrumento mais belo para dizer: paz, amor, tristeza, alegria, despedida e até mesmo adeus... FELIZES AQUELES QUE USAM A SUA VOZ COMO INSTRUMENTO DO BEM!
(Homenagem do Regente aos componentes do Coral da E.E.Pe. Donizetti Tavares de Lima-Tambaú-SP.)