CANTO AO VENTO
Nessa distancia indolente canto ao vento, amargo
soa meu riso no acaso estava escrito, há coisas
que o mundo muda não muda o que está prescrito.
Minhas águas rolam e transbordam o meu mar.
Vento forte bate e içam as velas da minha saudade.
Aprendo e desaprendo invento desvios sem pensar,
em revoltas e viravoltas num porto de sensibilidade.
Folhas infecundas ao vento, um dia já foram vivas,
exultam o sol, sem expectativas como um porto solitário
ou mesmo uma desafinada melodia canta o vento oculto
e esquecido ao encontro do nada.
Vontades atrevidas o grande amor que trucida um
coração que se ilude nas lágrimas em plenitudes,
cantando poemas ao vento num recitorio celeste,
no sol de cada amanhecer cada verdade desperto.
Sobre pedras maturadas relâmpagos batem de
nuvem a nuvem em descargas incessantes, chuva
forte caminha rumo ao mar, ajeitado ou atrapalhado
direção a existência contudo o amor a guiar.
No registro da noite invento qualquer palavra, em
prova da razão alegrando meu intenso viver. Em pranto
ou sem pranto meu coração surrado... No escuro aço do
silencio... Adscreve tudo para nunca mais esquecer.
ROSA RIGHETTO
01/03/10