Veneza paulistana
A bela cidade do Recife faz jus ao título de Veneza Brasileira e não creio que seria legítimo usurpar-lhe tal honraria.
Todavia, São Paulo esteve, novamente, sob o castigo de chuvas por horas e horas. Isso deixou a cidade em polvorosa, com diversos pontos de alagamento que tumultuaram ainda mais o caótico trânsito que normalmente impera por aqui. Isso sem falar de residências e edifícios comerciais que se viram invadidos pelas águas das enxurradas que se multiplicaram em todo canto.
A bem da verdade, por aqui qualquer chuvisco mais persistente já é suficiente para gerar um sem fim de impasses que brotam como que por encanto em vários pontos da cidade. Só que, desta vez, choveu a noite toda e as nuvens carregadas não deram sossego ao longo do dia que se seguiu.
A Paulicéia, que se orgulha de nunca parar e ter de tudo para oferecer à sua população, está carente de novos serviços que ainda não existem. Já posso até ver as lojas de veículos anfíbios, as barraquinhas oferecendo botes salva-vidas descartáveis, quiosques com equipamento de mergulho para aluguel e coisas assim.
Eu, de minha parte, já bolei meu próprio modo de contribuir com a situação. Penso em fundar a primeira frota de gôndolas que possam levar os habitantes e turistas em bucólicos passeios sobre as ondas das enxurradas.
Quem quiser reservar lugares para os próximos passeios é só entrar e em contato. O verão está chegando e haveremos de ficar muitas vezes sob o efeito dessas inundações que passaram a ser corriqueiras.
O difícil será encontrar gondoleiros que saibam cantar samba, pagode, axé e forró.
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