O arrependimento genuíno é aquele que a culpa aperta o peito e faz chorar a alma, razão pela qual confessa o feito, pede perdão e paga o preço pelo ato consumado.
Quando o arrependimento só vem ao ser descoberto o erro e ainda assim nega-se três vezes o feito antes de confessar, esse arrependimento não merece respeito pois não veio de dentro, arrependeu-se de ter sido descoberto, não de ter cometido o pecado.
Não entendo quem diz ter se arrependido sem ter sofrido as penas da consequência do que fez; Não entendo quem se vê santo hoje cuspindo marimbondos em quem acha ser diferente do que sua verdade traz, tendo um passado sujo e pesado pelo qual mereceria três idas consecutivas ao inferno.
Arrepender-se de coração e em verdade é um ato de coragem que o ser humano não conhece, prefere viver justificando seus atos injustificáveis, que olhar nos olhos do seu eu mais profundo e admitir-se culpado e merecedor de ser abençoado.
Mas para ser abençoado é preciso mudar quem se é (já me disseram que isso não é possível), ser verdadeiro consigo e com o outro (isso importa confessar os erros) e pagar o preço, seja qual for, dos feitos (essa é a prova de coragem que nenhum santo encarnado possui).
Assim, mesmo que perca tudo, não perderá sua alma, sua paz.