Amar é...

Amar é...

Ao ler essa pequena frase contida em apenas duas palavras, me lembro de umas tirinhas do cartunista Kin Grove, dos anos 70, que fizeram muito sucesso até meados dos anos 90, onde, com traços simples e muito bom humor, dois personagens expressavam o que seria amar ou o amor.

Os personagens nas tirinhas eram simples, assim como suas mensagens, simples, mas completos em sua simplicidade, que em uma única frase traduziam algo de uma enorme complexidade.

No entanto, complexos somos nós que não nos permitimos viver em harmonia, em conjunto, por todos os traumas e gatilhos sofridos, mas não conseguimos viver sós.

Amar, na verdade, é simples, ou pelo menos deveria ser, é sermos inteiros e nos entregar de verdade, simplesmente pelo que esse sentimento causa em nosso ser.

É saber que o outro é imperfeito, comete erros, não é nosso reflexo e mesmo assim querer estar, ficar, fazer acontecer, pois também não somos espelhos, também não temos nexo.

É olhar o outro com os olhos do coração, enxergando além do que é mostrado pela face da razão, por vezes perdemos quem amamos num descuido causado pela emoção, que nos envolve de tal forma que a única palavra que vem à mente é: não.

Nos deixamos levar pelo que o ambiente pede, pelo que o outro aconselha, pelo que é o mais lógico a se fazer, mesmo que não se queira, nesse momento não há conversa, as meas verdades surgidas tornam-se absolutas numa mente turva pela exaltação e nada mais serve para romper a barreira formada para autoproteção.

O amar é simples, mas a convivência não, para que o amor se sustente e a saudabilidade do relacionamento se mantenha sempre presente, conversas difíceis devem acontecer, para que as meas verdades possam se esclarecer e a barreira criada pela autoproteção se transforme em ponte de ligação e com isso não seja mais necessário pedir perdão.