SENTINELAS PASSARINHOS...
São eles que me acordam, os passarinhos. Britanicamente às cinco da manhã. Nem galo ou despertador são tão pontuais! Uma orquestra de bem-te-vis, canários, pardais, sabiás, curiós, saíras e até beija-flores com barulhinhos diferenciados integram esse coro de sentinelas da manhã.
Desperto, mas ainda não é hora de sair da cama, então tento voltar para os sonhos ao embalo dos cantos diversos. E quando chega a hora de me levantar para a lida de um novo dia, ainda ouço a bagunça dos passarinhos, como se a obrigação deles em anunciar o amanhecer só termina quando realmente o Sol e eu estamos de pé. Aos poucos vão diminuindo os cantos. Cada grupo voa com seu bando à busca de uma refeição ou de uma aventura de liberdade.
Imagino nesse momento, quando um cantor morre deve virar passarinho e continuar alegrando nossos dias com outros cantos. Hoje a cantoria do amanhecer no quintal estava excepcionalmente feliz! Certamente Emílio Santiago, com a sua inconfundível e bela voz, já estava entre eles! Seja bem-vindo, querido cantor!