Nova ocorrência. Uma nova missão. Eu era o mergulhador. Um homem desaparecido, após afogar no rio. Titubeei, havia tido pesadelos horríveis. Reminiscências daquilo que nunca quis contar. Guardava no baú do íntimo, um sórdido episódio. Empurrara naquelas águas, um corpo que nunca fora encontrado. Estava envolvido, e casei com a viúva. Os pesadelos remoíam. Sempre na mesma tônica. Medo e pavor. Eu mergulhando sem fôlego. Tentei repassar a missão pra outro bombeiro. Ele confidenciara que durante a noite havia tido sonhos pesados. Assemelhados aos meus. Não tive escolha. Mergulhei. Diversas vezes. Até encontrar um corpo. Em estado de incorruptível conservação. Nas profundidades do rio, os olhos arregalados do corpo, diante de mim. Era o colega de farda, que eu havia assassinado muitos anos atrás.