Numa tarde gelada, ela apareceu no escritório de Horácio. O detetive estava acostumado a lidar com gente esquisita, porém o olhar manso da mulher levou Horácio a supor que ela se enganara de endereço. No entanto, a desconhecida sabia exatamente onde estava e o que viera fazer ali.
Quando a senhorita N começou a contar sua história, Horácio interrompeu o relato dizendo que não poderia ajudá-la. Ele era um detetive especializado em casos de infidelidade conjugal. E a senhorita N vivia sozinha.
Com uma naturalidade desconcertante, a mulher retrucou:
— Ora, é por isso que estou aqui. Desejo ser apresentada a alguns de seus clientes. Os mais interessantes, claro. Sinto uma inexplicável atração por homens traídos. Mas queria aqueles com referência. Chega de estranhos na minha vida.