UMA NOITE EM NOVEMBRO
A vida de Carolina mudara com apenas um gesto. Olhando para trás, ela ainda podia sentir a mão de Antonio segurar a sua. A pressão era exata: nem tão forte a ponto de assustá-la, nem suave o bastante para não oferecer resistência. Bastou apenas um gesto, e Carolina ligara-se a Antonio como nunca imaginou ser possível. No início daquela noite, ela bem que tentara fugir do que sentia, não apenas por medo de perder o controle, mas, sobretudo, por saber que ninguém despertaria nela o que apenas Antonio era capaz. E esta verdade a aterrorizou porque revelava uma solidão diferente. Seria inútil que outro homem se aproximasse dela, caso Antonio fosse embora. Carolina tinha consciência de que este dia era inevitável. E a solidão a engoliria. Ainda assim, segurou sua mão.