O Mar e o Rio

Publicado por: Mestre Tinga das Gerais
Data: 28/03/2019
Classificação de conteúdo: seguro

Créditos

Nas barrancas do Rio das Velhas Numa tarde de verão Raimundo do Bento pescando Junto a calmaria do sertão O silêncio foi quebrado Pela evolução Um moço muito grã- fino Em seu belo carro Cumprimentou o Raimundo Com muita educação. Boa tarde meu Senhor! Vejo sua labuta Meu nobre pescador Tu tens que pescar é no mar O barulho das ondas mais intenso Tem areia pra pisar As conchas te levam a água E as Gaivotas a cantar Lá o horizonte é perfeito E os barcos a vela a navegar! Lá a água é salgada E os
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O Mar e o Rio

Nas barrancas do Rio das Velhas

Numa tarde de verão

Raimundo do Bento pescando

Junto a calmaria do sertão

O silêncio foi quebrado

Pela evolução

Um moço muito grã- fino

Em seu belo carro

Cumprimentou o Raimundo

Com muita educação.

Boa tarde meu Senhor!

Vejo sua labuta

Meu nobre pescador

Tu tens que pescar é no mar

O barulho das ondas mais intenso

Tem areia pra pisar

As conchas te levam a água

E as Gaivotas a cantar

Lá o horizonte é perfeito

E os barcos a vela a navegar!

Lá a água é salgada

Os peixes saltitantes

Tem a Baleia, o Golfinho, o peixe Espada

O Camarão a onda leva

E ele volta numa fartura danada

Tem o Badejo, o Caranguejo, a Tainha

A nossa mesa fica enfeitada

Seus olhos vão ver coisas

Que a sua alma vai ficar admirada

Larga esse rio seu moço!

Isso aqui não vai te dar nada!

Largue esse embornal

E abandone essa canoa

Pesca é no litoral!

E se vê a linda garoa

Procure outro rumo

Lá terás uma vida boa.

Nesse recanto não vejo nada

A não ser um sapo na lagoa

O que o senhor está esperando

Pra sair dessa proa?

Meu caro e nobre sinhôre

Eu arrespeitio a vossa palavra

Agora se pudé me iscuitá

Me faça um favore.

Cada um tem seu sole

E suporta o seu calôre

Dispois daquela manjedôra

Jesuis sofreu cum as dôre

Na vida tem riso e choro

Nem tudo é belas frôre.

Se no mare tivé barranca

E o silênço fô quebrado pelo canto da Juriti

Se o barúio das água fô mais carmo

Pa mode nóis pudê ôvi:

O gorgei da passarada

Ôvi o matuto que fala deferente

Na luita daqui e dali

Vê os manso regato e as água cintilante a reluzi

E as perda cantadêra numa sinfunia

Nas nossa álima a invadi...

Óia! Aqui nóis tem os corgo

Abasticeno o rio

Suas água doce é gostosa

Faça sole ô faça frio.

A canoa dança na corredêra

Na chuva ô no istio

E num tem vela

Os remo é o desafio

O suore é risistença

E a sina fio a fio.

Im nossas água doce

Os pêxe tomém é sartitante

É lindo vê a arribação

E a piracema invorvente

Nóis tem Curimatá, Matrinchã, Surubim

A Traíra, o Dôrado e a Piranha saliente...

Pois aqui se faiz a muqueca, o assado e o fritado

E nóis come filiz e contente

E sem contá a cachaça

Qui ôcêis chama de agardente.

Seu moço! Posso inté largá tudo e sigui vocemecê

Mais aquele sapo lá na lagoa

Anuncia a chuva pa mode floriscê

E esse sertão sagrado

Qui o sinhôre acaba de cunhicê

Tem muitias vereda que é uma belezura...

E de sede a criação num vai morrê

Tem tomem ôtos manaciá

Qui o Sinhôre precisa conhicê uai...

Seu moço! Nas minha barranca

Eu drumo no colo da Iara

Pruseio cum o Cabôco D’água

E sô rudiado de carranca.

A puêra faiz duêto cum a brisa

Minha paioça é quente de querença

Nossa fé é gigante

E cum fé frevososa, a isperança

Num pidimo mais do qui precisa

E tudo que nóis pede , nóis arcança.

O Mare nasceu pa sê mare

O rio nasceu pa sê rio

O rio diságua no mare

Sem nenhum desafio.

O mare tem suas beleza

O rio os tem seus mistéro...

Os dois a sutileza.

Vamo meu Sinhôre!

Merguiá nesse universo

E contemprá essa beleza!

Intão meu sinhôre?

O Sinhôre pode inté me leva à suas maravia

Mais inhantes

Iscuita o Trem apitano

Nas linda serras azule

Assunta os sino das capela

E o brilho dos cristais

Seu moço!

Aqui é Minas Gerais!

O Sinhôre inda qué me levá?

O Senhor: - Não! Não meu senhor! Jamais!

Inté!

Mestre Tinga das Gerais
Enviado por Mestre Tinga das Gerais em 28/03/2019
Reeditado em 26/12/2022
Código do texto: T6609582
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