Frutos do Cerrado

Publicado por: Mestre Tinga das Gerais
Data: 16/01/2019
Classificação de conteúdo: seguro

Créditos

Vô ispricá procêis Dexá bem ispricado Das maravia e belezura Do meu misterioso cerrado: As fôia de Bate Caxa Tum...tum...tum... O chêrodilicioso! Do gostoso Articum. O vento me disse: - Seu amô por ela nunca caba Ouvi aquilo e sorri Eu tavade baxo do pé de Mangaba. O Jiquitibá gritô de longe: - Vai imbora não seu moço!Tome isso daqui! Estiquei a prosa Cum a cachaça com Murici. Logo chegô os raizêro Cum a midicina do lugá E um arvoroço! A catá os Jatobá. Vi um minino levado Pra lá e pra cá S
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Frutos do Cerrado

Vô ispricá procêis

Dexá bem ispricado

Das maravia e belezura

Do meu misterioso cerrado:

As fôia de Bate Caxa

Tum...tum...tum...

O chêro dilicioso!

Do gostoso Articum.

O vento me disse:

- Seu amô por ela nunca caba!

Ouvi aquilo e sorri

Eu tava de baxo do pé de Mangaba.

O Jiquitibá gritô de longe:

- Vai imbora não seu moço!Tome isso daqui!

Estiquei a prosa

Cum a cachaça com Murici.

Logo chegô os raizêro

Cum a midicina do lugá

E um arvoroço!

A catá os Jatobá.

Vi um minino levado

Pra lá e pra cá

Seus zóio briava...

E lá o pé de Araçá.

Mamãe cum o fêxe de lenha

Incara o morro

E no meu imbornale

A Marmelada de Cachorro.

Nóis criança e a prosa

Adoçano o paladá

apostano quem cumia mais

Do saboroso Ingá.

Imbrenha daqui, dali

Mata a sede no minadô

Discanso debaxo do pé de Aruêra

E no intranha do cerrado o sabore.

Lá na curva da istrada

Logo dispois do Bambu

Tem aquela parada

Para mode catá o Baru.

E na campina a cô do vinho

E pu Ele eu inxisto.

Arripio todinho...

Com a Sangria de Cristo...

Cortano o chão minêro

Na montaria ô à pé

Quero prová o sabôre

Do docim Inharé

Eita cerrado rico!

Das essênça de mim guri

Vou levá no meu fêxe

O iscorregadio Bacopari.

Inté fico bistunto

Im vê cumo tudo isso apariceu

E logo um assôpro arresponde:

- Foi Deus qui ti deu!

Sô matuto inraizado

Pra burguêis eu num me calo.

Conheço essas riqueza

E inté o Grão de Galo.

Nas vereda deste sertão

Cerrado meu e de ti

Cabôca minha razão

Água do meu Buriti.

Brasil berço triguêro

A passarada e a criação na canga

O doce mistéro da fruita

A saborosa Mutamba.

Um canto aqui e acolá

Um aboio aqui e ali

A brisa deitia nas fôia

Do coco Licuri.

Não sou goiaba

Sou quetinha, sou ananzinha

Amarelinha mais num sô ôro

Sô a diliça Gabirobinha.

Ei moço!Moço! Ô moço!

Sai daí e venha pra cá!

Pareço ser de veludo

Sou eu!A Acá!

Os passo já miúdo

E se o desejo fô baita

Ainda tem espaço

Pra modelevá a Cagaita.

Pa num furá cum os ispin

O Zeca catô uma imbira

E tem que pegá de mansin

A atrivida da Macambira.

Discarço, sem camisa

Ah!Enóis nem aí pro Carrapato

O bão memo

É o sabô do Cajuzin do Mato.

A gente vai passá pelo buquêrão

O meu cantin é logo ali.

E dispois se a fome arrochá

A mamãe vai fazê o Arrois cum Pequi!

Pa armentá o meu apitite

Inté já puis a comida no prato

Vô tumá cum gôstio

O licor de Jenipapo.

Óia.Se ocê apitecê

Passa pru lá!

Vamo batê um dedo de prosa

E a viola pontiá!

O prefume do cerrado é deferente seu moço!

Num é prefume inventado

É a mão do Supremo

Mandano recado.

Dizeno qui:

- A vida tem que tê magia

Abre a noite e logo o dia

E os fruito da álima alumia.

Alumia a boa querença

Sô cerrado, sô andança

E no broitá fruita de mim

Sô o sabô da bonança.

Fico a imaginá

A risponsabilidade da terra.

Faiz a semente rebentá

Dispois as árvre pare os fruito.

Discurpa se eu isquici

De argum fruito do cerrado

Tomem é uma fartura!

E Deus é sagrado.

Lá fora uma chuvinha mansinha...sunta só...

Os fruito quereno madrucê

Vai sê uma fartura...

Eu só tenho que agardicê.

O meu cerrado tem magia seu moço!

Tem fruito in toda as estação.

Puraqui fica a minha paioça

Nesse meu lindo sertão.

Inté!

Mestre Tinga das Gerais
Enviado por Mestre Tinga das Gerais em 16/01/2019
Reeditado em 13/11/2020
Código do texto: T6552524
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