Minha Terra, Minha Vida

Publicado por: Mestre Tinga das Gerais
Data: 18/12/2018
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Créditos

A minha história Começa lá no sertão Numa palhoça ao pé da serra Ao lado do ribeirão A Saracura Meu relógio matinal Desafia a Juriti Lá perto do bambuzal Meu pai feliz na ordenha E o radinho de pilha a tocar Mamãe e o fogão à lenha Cantarolando a cozinhar Era muita fartura Na cozinha e no paiol Muito feijão na tulha Labuta de sol a sol Aquela sombra Da imponente Gameleira Beijando o carro de boi Daquela lavrada Aroeira Era ali que eu brincava E a sinfonia da passarada Despertava o meu viv
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Minha Terra, Minha Vida!

A minha história

Começa lá no sertão

Numa palhoça ao pé da serra

Ao lado do ribeirão

A Saracura

Meu relógio matinal

Desafia a Juriti

Lá perto do bambuzal

Meu pai feliz na ordenha

E o radinho de pilha a tocar

Mamãe e o fogão à lenha

Cantarolando a cozinhar

Era muita fartura

Na cozinha e no paiol

Muito feijão na tulha

Labuta de sol a sol

Aquela sombra

Da imponente Gameleira

Beijando o carro de boi

Daquela lavrada Aroeira

Era ali que eu brincava

E a sinfonia da passarada

Despertava o meu viver

No encanto da toada

E quando cai à tardinha

O silêncio vai minguando

A criação se ajeitando

No mais lindo arrebol

Quando é noitinha

A lua prateada

Clareia a minha estrada

E a minha serra em caracol

Festa no povoado

E a devoção assim se fez

Ali a entrega da Bandeira

Dos Magos Santos Reis

Olhos marejados

Pedidos de chuva

Joelhos pelo chão

Era Janeiro, era seis

É hora de regressar

E nós ali na carroça

Até o valente Colosso

Sabia o caminho da roça

Lá moinho, toc, toc, toc...

É o milho, é o fubá

Meu coração, Tum, Tum,tum

No compasso a marcar

Ao lado da porteira

O velho Cedro e o tempo

Com seu amigo Jequitibá

Nas mãos do nobre vento

O corpo quer descansar

E o sono vem a galope

O sonho com as travessuras

No lombo de um belo trote

Pela manhã a fornada da mamãe

Fazia o maior alvoroço

Pois o cheiro lambia a palhoça

De Agosto a Agosto

Pão de queijo, Broa de Fubá, Pamonha

Na hora do almoço?

Franguin caipira, Quiabo e Tutu

Tudo feito com gosto

Sou matuto seu moço

Catrumano com orgulho

Gosto de uma prosa boa

De uma boa cachaça e não embrulho

O meu umbigo se encontra

Naquele belo rincão

Onde mora o meu pai

Mamãe e os meus dois irmãos

Hoje em dia vivo na cidade

Pra aprimorar meus estudos

Estou na faculdade

Pra conquistar uns canudos

Mas a faculdade da vida

Aprendi naquele rincão

Eu sinto cheiro da terra

E do meu nobre sertão!

Mestre Tinga das Gerais
Enviado por Mestre Tinga das Gerais em 13/10/2017
Reeditado em 13/10/2017
Código do texto: T6141112
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