A chegada da nova vizinha movimentou a vida dos moradores daquela pacata rua. Quase nada se sabia a respeito da tal mulher. Nem mesmo seu nome. Para alguns, muito efusiva e sorridente, ela apresentara-se como Elisa. Para outros, no entanto, a proprietária da casa amarela, além de nunca ter esboçado o menor sinal de simpatia ou gentileza, afirmara chamar-se Margot. A mulher gargalhava com os comentários desencontrados, especialmente quando estava diante do espelho que exibia o reflexo de um vulto suspenso no ar. Se os vizinhos pudessem ver sua imagem nebulosa, saberiam que há décadas ela não vivia mais ali.