Hallelujah
”Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor”. (Ap 2/4) (*1)
À convocação todos atenderam.
Com a antecedência solicitada, todos estavam lá presentes: ordenados, iniciados, leigos, ímpios, escarnecedores, pastores e rebanhos, e outros. Até os que não entenderam o “chamado” marcaram presença, mais os indiferentes e os curiosos, e ela por testemunha.
À hora marcada nenhum milagre aconteceu. Nenhuma "porta celeste” surgiu, muito menos se abriu.
A “porta” que “eles” prometeram não estava lá.
À forma como tudo aconteceu, atesta o seu jeito de crer. Ela sabe que o concreto não é ver, mas sim, sentir que o "Grande Portão" existe. Os olhos que o veriam não nos foram dados nessa vida mundana.
Ela não se decepcionou, não se abalou. Assim como antes, ela continua a acreditar, mesmo sem a “porta do céu” enxergar com seus olhos humanos.
Fortaleceu-se.
A porta do inferno existe, a prazo ou à vista. Essa seus olhos cansados podem ver. Está lá, longe, mas se vê.
As suas colunas robustas são as mais altas e luzentes desse mundo.
Às suas marmóreas escadas, seus eloquentes arautos convidam a entrar, são hábeis e tenazes na arte de falar. Usam a palavra como meio e persuadem os que enxergam apenas com os olhos. Prometem: “passe por essa porta e todos os seus problemas serão resolvidos”.
À visão dessa porta, seu jeito de crer se confirma. Ela continua a acreditar noutra, mesmo sem a enxergar.
Aos que estavam próximos ela falava: “é só da alma e do coração abrir os olhos. Quando “Ele” à sua porta bater, abra e O receba com um sorriso”.
"Entre o trigo cresce o joio". Chegará o momento da separação.
Deu costas à famígera porta, e andou em sentido contrário à multidão.
Fortaleceu-se.
Cantarolante entoava:
“Hallelujah, hallelujah, hallelujah, hallelujah...”
Destarte se foi, fazendo o seu caminho.
(*1) - Jesus, por João, à igreja em Éfeso.
(Imagens obtidas da internet, todos os créditos e agradecimentos a seus criadores e proprietérios)