Mais uma folha que cai...
O difícil não é resistir aos desafios diários na relva, ou simplesmente aceitar a ausência da umidade que não lamenta...
Difícil é estar em meio "as" outras, tantas, vê -las e não ser igual na cor, textura e até mesmo no vigor...
Em galhos estáveis, por vezes secos, por vezes macios, sempre me encontrava, só, refletindo, procurando uma forma, um meio...
Entre tantas possibilidades e tentativas erradas, ponho-me em pranto, o orvalho segue suavemente prosseguindo, acariciando-me, chorando...
Olho em volta, para baixo, e tudo que vejo não basta, não consegue ser suficiente, e assim tomei minha decisão...
Em segundos, via todo meu ser, flutuando, o doce toque da brisa me contornava, minha alegria foi imensa...
Quando dei por mim, cá estava, posta ao chão, olhando para o alto e entendendo todas as minhas frustrações...
Olhei pra mim mesma, vi uma dominação plena, o tom dourado cobria-me, como um manto protetor, sabia que esta era a resposta...
Minha missão havia sido cumprida, encantei, do meu jeito, cada espaço da minha adorável “mãe do alto...” Agora ela sorria pra mim, lá do alto...
A folha partia assim de sua morada, deixando pra trás toda uma trajetória...
Avistaram uma folha SECA no chão...
Gildênio Fernandes