Sinto muito

Sinto muito

Andressa,

Sinto muito.

Escrevo esta carta para falar somente do que não pude ainda. Com estas letras, espero preencher os vazios entre nós.

Se nós vivêssemos tanto quanto elfos ou vampiros, eu poderia reconsiderar. A imortalidade seria todo o tempo de que eu precisaria para arriscar-me mais vezes. Mas, não é o caso: isso acaba. Tudo acaba. Tudo, mesmo, né.

Ei, eu já tentei, acredite. Namorei, noivei, casei... Morei junto. Foram vários anos da minha vida, mulher. Com outras como você. Digo, claro, não eram você. Mas eram mulheres. Não dá para ignorar.

Sendo assim, é apenas sensato que eu pare de gastar meu tempo — recurso finito — com algo potencialmente (e provavelmente) muito mais do que trágico, entende? Tentativas vãs só me deram duas certezas: a de ter menos tempo do que antes; e profunda tristeza e decepção. Com o amor, com o ser humano... Precisamente, comigo mesmo — e, mais ainda, com as mulheres. Não com você, mas com outras como você. Não dá para ignorar.

Sinto muito.

Felipe