Lua Cheia

Publicado por: Francisco Coimbra
Data: 20/06/2007

Créditos

Voz e texto - FC

Lua Cheia

Falo-te em voz alta, porque o pai pediu para ouvir a história. Sim, conto-te contos. Este vai ser o da Lua Cheia, o dia em que o teu pai me acariciou na varanda. Foi subindo as saias da mãe, descendo as cuecas e fiquei excitada, de pernas entreabertas, olhando a Lua Cheia.

Estava tão distraída, devia estar a sonhar contigo. Já és um sonho muito antigo, de quando era menina e moça, ainda em casa de meus pais. Depois cresci, o teu pai foi-me buscar a casa dos meus pais. Casámos e estamos à tua espera, logo logo..., desde a Lua Cheia.

O teu pai deixou-me de pernas entreabertas excitada, sonhadora, olhando a lua e foi-se despir, lavar e tive de o ir procurar o que não foi difícil. Agora era a vez de o ver a ele de pernas entreabertas e braços abertos, na cama, excitado, à minha espera. A mãe beijou-o todo, a fazê-lo sofrer de prazer e gozo. Dum pé passou para uma mão, ele deixou-se estar a ser... usado, como usa dizer e fazer e somos gomos e comemo-nos como fruta e é só vitamina a vida quando é ávida e nos faz ser frutos sápidos.

Não vou contar a história toda, acho que fui fecundada de ti quando, sentindo o gozo de teu pai e gozando eu, estiquei o pescoço para cima e para trás e vi a Lua em cheio, emoldurada pela moldura da janela, para lá da varanda onde tinha estado a sonhar contigo. Essa é a história, minha e do teu pai, agora também tua. És o fruto duma noite de Lua Cheia em que ficámos felizes, lado a lado a olhá-la prenhe, enchendo o céu de luar!

Disse ao teu pai que ias nascer, ele não duvidou nem um pouco e a certeza foi certa passado pouco tempo, nem um mês foi preciso e agora é só esperar. Primeiro a mãe vai-se deformar um pouco, tu vais precisar de espaço. Mas, nada nos fará esquecer, depois do prazer do amor, deitados com os pés nas almofadas e olhando a Lua, quando soube, senti que vinhas aí e já aqui estás mesmo se só amanhã vamos contar aos avós.

Gostas da voz da mãe? O pai também... e que bem que ele agradece o conto, apetece contar. Cresce e aparece...

{Cheguei a uma capícua, publiquei o texto 686, passei por várias, mas é nesta que sabemos que a criança vai nascer. Ou, por outro lado (talvez se_u/seu verso), sabemos tudo. Sabemos o que quisermos, podermos e conseguirmos... SeguiRmos, sempre seguimos, às vezes para lado nenhum. Vou ler o último texto: Lua Cheia.

O narradoR é alguém que, mesmo fora da história, sempre se faz presente, é o meu caso.

Redactor narradoR

R}

Francisco Coimbra
Enviado por Francisco Coimbra em 20/06/2007
Reeditado em 20/06/2007
Código do texto: T534255