Sem Razão

Publicado por: Ueslen
Data: 03/01/2012

Créditos

Texto: Sem Razão Voz: Ueslen Camargo Edição de Som: Ueslen Camargo Software de Edição: Expstudio Audio Editor
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Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.

Sem Razão

A guerra findou-se, os que amou, poeira; seus companheiros de batalha cadavéricos pelo chão, banqueteiam as aves carniceiras e os vermes vorazes que borbulham pelas carnes mortas. Cambaleante com feridas por todo o corpo, coberto de sangue e uma flecha entranhada no músculo da perna, queimando, mas não mais que fulgor da alma derrotada. Seu olhar é turvo, visões do passado se chocam com o presente, mas destruição é só que há em frente.

Eis que surge dançando por meio das carniças, a dos mortos a promíscua, morte. Que lhe estende a mão branca e bela convidando-o a deitar-se. Renegada se torna pelo mortal, transformando-se em tentação, transformando-se na porta do outro mundo com a amada lhe estendendo a mão. Qual homem não chora quando a derrota, a fraqueza e a morte, dançam e balançam seus sentimentos e pensamentos empurrando de um lado para o outro, esperando cair para abocanhar, devorar.

Mas perante a tentação, a ilusão transcendental, o cavaleiro prossegue deixando em dúvida a Deusa do sono eterno, que profere:

- Mortal, vês teu futuro?

É dor, sofrimento, destruição.

Não ira longe não tente ser duro.

Aceite tua condição!

Uma-se com quem ama!

A terra agora é tua cama.

O cavaleiro responde:

- Se nem tu ó poderosa!

Sabes explicar por que insisto.

Estou ciente da trilha desgostosa.

Mas nem eu explico por que não desisto!

A morte dança e esclarece antes de partir:

- Se não há sentido, não há razão!

Jaz um cadáver em decomposição!

Me renegue, fuja, ponha-se a andar!

Cedo ou tarde, noite ou dia, virei lhe beijar!

Só terei aceitação!

E pela avermelhada luz do sol nascente o guerreiro continua cambaleante, não sabe por quê; Mas não se sente um morto como proferiu a Morte, não há sentido, não há razão, mas enquanto poder viver procurará respostas para esta questão. Que tenham paciência no mundo eterno, se é que existe um, mas entregar-se não, que maldita morte lhe arranque a vida com a força se for capaz!

Ueslen
Enviado por Ueslen em 03/01/2012
Código do texto: T3419753
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