Uma linda bola de pelos, graça e energia.
Sua vidinha tinha uma fórmula difícil de ser compreendida por aqueles que ele mais amava — os complicados humanos: era toda rotina e alegria, ao mesmo tempo.
Tinha hora certa para suas refeições, sempre na mesma cumbuca verde; ah, a ração com gosto de carne. Que delícia! Os carinhos no fim da tarde, as corridas com as crianças... Opa..! Senti o cheiro de um cãozinho novo na vizinhança: preciso latir que estou aqui!
Fato é que era muito, muito feliz. Até não ser mais. Nem ração, nem carinho, nem corridas, nem latido. Nem cãozinho.
Ei, o que houve? O que fiz de errado? Não faz assim comigo. Eu sou o que sou! Só um cãozinho. Não tenho maldade, nem malícia e, muito menos, quero irritar ou incomodar você. Nesse momento, sou só medo e confusão. Eu te amo, lembra? Ai! Minha patinha. Pare, por favor. Pare, pare, pa...
Um anjinho que late em silêncio.
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