Eremita

Eremita

O homem tentava, tentava... E mais uma vez, por via das dúvidas. De repente, percebeu para seu espanto a tão óbvia, dolorosa e apavorante verdade — esta, já desenhada com dez mil cicatrizes por sua carne e sensibilidade, assim como pelas de outras tantas desafortunadas cobaias: ele não era devidamente equipado para namorar.

Acordou para o fato de que relacionar-se era uma habilidade adquirida — ou casual dom. E ele não possuía o talento inato; tampouco, os atributos mínimos para ser, sequer, capaz de treinar-se a um nível aceitavelmente humano.

Decidiu, pois, deixar os outros viverem felizes e em paz na aldeia da normalidade. E partiu: unitário, solo, sozinho, simples — como unicamente poderia.

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