O combateSem perceberem, fizeram o gesto idêntico para pegar o último brigadeiro na mesa guloseimas.Riram da coincidência. Recuaram ao mesmo tempo. Ambos entenderam que o outro cedia, por isso voltaram a apanhar o doce. Ela apelou para o cavalheirismo.Ele rebateu que vira primeiro.Ela pôs as mãos na cintura. Ele apelou para o espírito de Natal.
Enquanto discutiam, uma criança ruiva comia inocentemente o disputado docinho.
Então, sem o doce da discórdia, decidiram tomar um suco fora dali. E comeram amistosamente um gostoso pedaço de bolo do tipo Floresta Negra na padaria próxima do aniversário infantil em que estavam.
Casaram-se. Na festa, como não podia ser diferente, estava lá, majestoso, o brigadeiro que os uniu. Meses depois, a separação. Foram capazes de dividir muitos brigadeiros de panela, mas não o edredom na primeira noite fria em Sampa.
( Maria Fernandes Shu- 03 de dezembro de 2008)
PS: Conto vencedor do Primeiro Concurso de Contos Nova Literatura:
http://www.recantodasletras.com.br/microcontos/1575235 -