Zig sempre tentou ajudar todo mundo. Se preocupava com o futuro das pessoas.
Tomava iniciativas mil, no intuito de melhor garantir um futuro mais seguro, àqueles dos quais tentava cuidar.
Zig acabava arranjando problemas, pois fazia o que achava ser melhor para todos os que o rodeavam.
Mas, ainda assim, não era compreendido, e muito menos reconhecido.
Zig perdia o sono e tinha dores no corpo, pois não entendia como tudo o que buscava fazer para espalhar o bem, se transformava em infortúnio.
Para Zig, foi muito difícil aprender que as pessoas não queriam ser ajudadas. Ou melhor, queriam, mas não demonstravam nenhuma reciprocidade.
Foi com dor e frustração que percebeu: ninguém dá valor ao que é facilmente obtido.
E que as pessoas descartam tudo o que por elas não é construído, ainda que se deem mal com as escolhas feitas.
Ele entendeu finalmente, que gratidão e memória são pouco difundidos.
E que não importava o quanto se esforçasse, as coisas não melhorariam.
Zig sofria muito com culpa e remorso.
Pobre Zig! Não cuidava de si próprio.
E as pessoas continuavam a criticar Zig.
Sobreveio então uma inspiração. Uma luz, ainda que tardia...
Zig não iria mais ajudar. Não iria mais importunar ninguém.
Mas também não se deixaria mais invadir e ser explorado.
Zig iria tentar viver sua vida... talvez ainda houvesse tempo.
Zig aprendeu a jogar...