Uma dose de coragem, um gole a mais,
um brinde a saudade.
Como foi, como vai, como está?
Um nó na garganta, não dá pra suportar.
São retratos, pelo tempo no chão, espalhados.
Uns nem tanto, outros tão claros.
Desbravo os mares, não vejos luzes,
nem janelas, nem faróis, só os sinais
em seu olhares.
Não sabem, calados encondem-se,
no ar de um sorriso de canto,
disfarçado.
Mas tudo tem o seu encanto,
nos olhos marejados, encarnados.
Lembranças de coisas , de tardes e noites,
de verões passados.
Com os amigos na calçada,
historias velhas, as mesmas piadas,
rompe-se a madrugada.
No semblante embebido no rosto,
nos lábios escondidos na cor,
de um batom de muito mau gosto.
Mas não conto os meus passos, nem a gota d’água.
A saudade me faz ser um pássaro,
a voar sem asas.
No frio cinza das pedras,
na poeira daquelas terras,
sem um verde para pousar,
só me resta mais um gole,
e a saudade, brindar.