Passam montes passam Rios
passa uma grande boiada
mil cidades arvoredos
e tantas estradas.
E um menino pedindo
um pedaço de pão.
E Mulheres pálidas
de solidão.
Passam Circos passam Fontes
cavaleiros bem antigos.
Passam reis e rainhas
com cabeças de inimigos.
Passa uma banda
tocando um dobrado.
E um grande sertão
sem veredas sem cerrado.
Segue o trem Brasil.
No céu azul anil.
Segue mostrando a vida.
Flores e as feridas, vai.
Mostra um grande amor
que virou poema.
As ruínas tristes
de um velho cinema
Tantas guerras vãs
só por vaidade.
E um astronauta
salva a humanidade.