Quando retornei pra minha casa
Nem um pé de planta avistei
O cão que rosnava na varanda
Seu latido eu não escutei
Os bichos não mais faziam festa
Nem corriam pela plantação
Chifres espremidos nas cocheiras
Na engorda para exportação
O vento soprava sufocado
Fole de uma mata sem pulmão
Sucumbida à fúria do arado
A sombra não mais cobria o chão
Até o pedreiro João-de-barro
Trancou a porta de sua morada
O coral que animava as matas
Calou-se não tem mais alvorada
Os rios cederam suas águas
Ao progresso da irrigação
Margens afogadas no seu leito
Pela falta de vegetação
Olhei para a fauna e para a flora
Viventes das águas, céu e chão
Nas folhas de livros escolares
O futuro da vida, a extinção