Todos os dias essa mesma lembrança

A mesma lua branca essa noite esse mar

Essa madrugada que nunca desperta

Entra pela janela da casa a sonhar

Me conta segredos de terras distantes

De barcos errantes de festa ao luar

De chuva de prata em tarde estradeira

Da flor da ribeira no orvalho a dançar

E de manhãzinha quando me levanto

Desfaço meu pranto me põe a cantar

Tomo o violão que não me nega um acorde

E logo me acode com uma canção pra te acordar

Esqueço da morte mais forte é a vida

Estou de partida mas logo vou voltar

E guardo no peito o calor do teu corpo

Aos poucos eu morro com tanto amor pra te dar