Quando eu morava no campo
Eu vivia muito bem.
Lá eu plantava e colhia
Sem depender de ninguém.
Lá eu tinha um roçado,
Onde fazia a plantação.
Meu paiol sempre estocado,
Não faltava nada não.
O terreiro era imenso,
Ciscavam galinhas e pintinhos.
Depois do pomar tinha um rio
Onde eu pescava uns peixinhos.
Nossa casa era o paraíso
Meu, de Mariazinha, e das crianças.
Em nossa boca morava o riso,
Em nosso peito a esperança.
Às vezes eu ia ao vilarejo,
Comprar algumas miudezas.
Lá no armazém do Anastácio,
Que era o maior da redondeza.
Mas, as crianças cresceram...
E nos levaram para a cidade.
Agora, os olhos se enchem d'água
Toda vez que vem saudade.