Por meio dessas carreras,
Ôces vão ficá sabeno.
Uma estória verdadera,
Que aqui anda ocorreno.
O povo lá da cidade,
Não sabe o que passamo.
Eu vou dizê a verdade,
Aqui bem cedo acordamo.
O dia inda tá escuro,
Quando a gente se alevanta.
Lá fora tá um breu puro,
Mas o galo acorda e canta.
Ai começa o repeteco,
Um canta aqui outro acolá
Desperta pato, e marreco
É cócóricó e quá, quá, quá.
Sinhá Zefa se desperta,
Corre pra coá o café.
Seu Arfredo está alerta,
E aos berros chama o Zé.
Que chega esbravejano
Um oio aberto, outro fechado.
Diz ao Arfredo quase gritano:
Já escuitei, pois tô acordado.
Da cozinha Zefa grita,
Trazem depressa o leite.
Ôces páram de fazê fita,
Antes que ferva o azeite.
E corre os dois pra ordenhá
As vacas selecionadas.
Enchem os baldes e vão levá
Pra Zefa fazê coalhada.
Depois disso se aprontam
E vão capiná os pés de café.
Enquanto caminham cantam,
O pai Arfredo, e o filho Zé.
Agora que eu já contei
O que por aqui acontece.
Esta minha moda terminei
Fazeno: a Deus uma prece.