Com essa música, um cururu, ritmo que notabilizou a música “O menino da porteira” Conhecida no Brasil de canto a canto, brinco com uma coletânea de citações e frases a exemplo do que faço aqui no Recanto das letras. Dessa vez, além de ter também´o formato de trova sem tirar o sentido da citação, sobressai a musicalidade como diferencial. Sempre lembrando que a Também recantista Juli Lima , nobre parceira das interações poéticas, apresenta o áudio, no que a ela sou eternamente grato.
CURURU DISTRINCHADO
Na cabeça de vento não tem nada.
Papagaio não sabe o que fala.
O pé de cana nunca junta grana.
Entrou em ratoeira leva bala.
No banco o dinheiro entra e sai,
Sai pouco e depressa volta dobrado.
Goiano eu sei que não foge da raia.
Nortista sempre foi cabra arretado.
A cama da viúva pega fogo,
Assim que o morto vai pro cemitério.
Sujeito depois de uns mé na cachola,
Ai não dá mais pra levar ele a sério.
O burro não vai na frente da mula.
Malandro estica quando vê o soldado.
E quem sabe que a justiça é cega
Precisa enxergar adiantado.
Careta não assusta mulher brava.
Na guerra urubu vira galinha.
Velhote quando nada no tutu,
Tá sempre rodeado de mocinha.
Barbeiro mata os outros com licença.
Moça bonita nunca tá sozinha.
A viola quando esta desafinada,
Trás vaia pro tocador na horinha.
O gavião evita o colibri.
Hiena não quer encontro com o leão.
A língua do estrangeiro não é fácil
Valente adora arrumar confusão.
Tem cola no dinheiro do nó cego.
O artista não saída televisão.
Na casa de caboclo a reza é brava,
Saiu dela precisa de oração.