Por anos a fio a música rural abraça todos os sons que o gênero musical consegue alcançar e quando passeia por melodias urbanas empresta uma forma também adequada para mostrar que a intenção é levar ao homem do campo canções na linguagem que ele quer ouvir.
Iniciada, e sempre incentivada, pelo Estado de São Paulo, através de Cornélio Pires, 1884/1958, as audições caipiras, ora denominadas sertanejas ou como a folclorista Inezita Barroso, 1920/2015, que esteve ao lado de Morais Sarmento 1922/1998 e Nonô Basílio, 1922/1997, à frente do Programa viola minha viola, costumava chamar música rural, nossa música que tanto alegrou e alegra ainda nos dias atuais o homem do campo nas ondas sonoras do rádio.
O gênero caipira tem origem e deve sua existência a descendentes de estrangeiros e bem sabemos que a maior dupla que o país conheceu Tonico, João Salvador Perez, 1917/1994 e Tinoco, José Salvador Perez, os quais foram por décadas referência na estrada musical sertaneja Brasil afora, são descendentes de espanhóis.
Em 1925 Angelino de oliveira compôs 1888 /1964), Tristeza do Jeca, um cururu. E serrinha da dupla Serrinha e Zé do Rancho teve problemas nos anos em que estava em vigor a Segunda grande guerra por ser descendente de italianos.
Assim, motivados por Ariosvaldo Campos Pires, o Capitão furtado, 1907/1979 sobrinho de Cornélio Pires esses saudosos cantores deram um primeiro impulso e alavancaram outros que incentivados pelo governo federal, E a melodiosidade caipira tem as cores verde amarelo em destaques ampliaram o universos de cantores conhecidos por fazendas sítios e qualquer propriedade rural onde o radio era excelência auditiva. e cada qual em seu gênero ritmo e estilo musical mas todos com um olhar para o homem do campo. Não passa despercebido que vem da cidade de Coromandel, Minas Gerais a inspiração através do Poeta Goiá, Gerson Coutinho da Silva, 1935/1981 a moda campeira "Saudade de minha terra" que tornou o gênero caipira conhecido do Oiapoque ao Chuí, nas vozes de Belmonte Pascoal Zanetti Todarelli,1937/1972, e Domingos Sabino da Cunha, 1940/2018 o Amaraí, no vinil lançado Há cerca de 50 anos e a mais tocada do gênero nas rádios brasileiras. Certamente muitas outras músicas são lembradas de diversas formas mas paro por aqui para não tornar a leitura longa demais.
Baseado nisso resolvi fazer uma brincadeira com os ritmos ao som de uma querumana, ritmo lá do sul do pais sendo a querumana mais famosa intitulada prato do dia cantada por Tião Carreiro e Paraíso no vinil lançado nos anos 1981. Essa música possui todos os ritmos sertanejso que consegui lembrar sabendo que temais alguns que ficarm a de fora já que eles são muitos
O SOM DO CAIPIRA
Eu pensei que só tinha no peito espaço
pra cantar umas modas campeiras
Mas achei lugar pra querumana,
Um bom chamamé cateretê e rancheira,
O pagode já chega a animado
E a polca paraguaia Vem lá da fronteira.
Trazendo seu som ajeitado
E alegrando um bocado um xote sem zoeira.
Minhas modas já vem aprumadas
Para ser cantadas logo de primeira
Pois o som é igual água limpa,
Vem sem revoada e toada certeira.
Alegrando as moças bonitas
E a rapaziada, e um canto sem canseira.
É na sombra da árvore amiga.
Na beira do rio ou na capoeira.
Sacudindo o pó da garganta
Eu canto bonito o melhor batidão.
Depois de uma toada milonga
Eu fecho a violada com bom vanerão,
Recomeço com um cururu.
A marchinha eu repasso com mais atenção
Acuado eu só fecho a parada
Na noite calada com eu bolerão.
Sou o que os outros acham caipiras
Mas levo a vida tocando modão.
Canto atoa por essas bitacas,
Botecos e copos sujos do sertão.
Eu não tenho a moda gravada
Mas sei que na boca de qualquer peão
Ela está mais do que decorada
Porque coisa boa já está com o povão.