Porque será,
Meu Deus,
Porque será
Que no sertão,
Não chove pra matá?
A sede da mata,
A sede do animá
E do nordestino
Que louva sem Pará!
Enquanto na cidade,
Lá na capitá
A planta é verdinha,
Pois chove pra daná.
E lá tem de tudo,
Tem fartura de montão,
Enquanto o nordestino,
Vive na sofreguidão!
Oh, meu Senhor,
Oh, meu Padim Ciço,
Ouça a louvação
Deste nordestino,
Que deixou a terra
E veio pra cá,
Pra que seus bacuris
Não sofressem mais por lá!
Deixou seu torrão
E veio pra cá,
Pra tentar a sorte
Aqui na capitá!