Volta!

Fiz um trato com Deus
E promessas futuras,

Tão meras, confusas
Pra você voltar pra mim

Me cansei da saudade
Que vem de mansinho

Doendo, sentida
Só pra me maltratar

Deixei a porta encostada
Com a chave ali pendurada,

Ao lado, do vaso
De bem me quer

Tomara, meu Deus tomara
Eu possa encontra-lo sentado

Com os pés na mesinha
De centro esperando
Por mim

Seu cheiro ainda está
No meu colchão

Ao lado, havaianas
Quarenta e dois

Do jeito que vc gosta
Deixei a toalha bem posta

Perfume de rosas floradas
Um imenso jardim

Comprei um vestido novo
Laçarote nos cabelos

Fiquei cantando baixinho
Uma nova canção ...

Será que ele virá?
Um barulho no portão

O vento, tortura danada!
Que decepção!

Fiz um trato com Deus
Me acertei na postura,

Não faço loucuras
É bem melhor viver assim

Me entreguei de verdade
A um novo caminho

Que trata de um ninho
Pra gente se aconchegar

No ombro seu nome marcado
Escrito “meu bem amado”

Eu nunca pensei
Terminasse assim

Tomara, meu Deus tomara
Eu possa encontra-lo sentado

Com os pés na mesinha
De centro esperando
Por mim

“Volta, vem viver outra vez
Ao meu lado
Não consigo dormir
Sem seu braço
Pois meu corpo está
Acostumado”

* Fazemos menção à versos de uma belíssima canção de Lupiscínio Rodrigues, no sentido de darmos mais ênfase ao conteúdo da letra.
 
Maria Araujo e Germano Ribeiro
Enviado por Maria Araujo em 11/07/2020
Reeditado em 22/09/2020
Código do texto: T7003061
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