São os olhos uma janela
Da casa-alma de alguém
Às vezes contam segredos
Às vezes nada eles dizem
Às vezes deixam a luz
Entrar na fresta da gelosia
Às vezes se acortinam
Sua casa: escura e vazia
Às vezes olhos são mansos
Às vezes bicho feroz
Quando janelas se fecham
Se escondem atrás de uma voz
Às vezes só irradiam
O brilho que a alma contém
Às vezes olhos são rasos d´água
Às vezes foscos também
Opacos, cansados
Tão fracos que agridem por medo…
Por medo…
Ctba, 11/05/2020