Malandro (Zé do Dado)
Malandro do jogo
De dados
No bolso direito
Seu terno de linho
Tem corte
Perfeito
Cabelo engomado,
Cheirando
À alcatrão
Se mexe no meio
Da roda
Seu jogo é certeiro
Não faz fé no pouco
Quer
Fácil dinheiro
Sacode o chocalho
Escondido
Na mão
Malandro,
Dos olhos
De raio
Passarinho,
Encontrou
O alçapão
Otário,
Caiu no vigário
Lá se foi mais um
Percebe
A chegada
Da “dura”
Não se mete
Em qualquer
Confusão
Num passo
Desmonta o cenário
Agora é só mais um
Malandro
Jeitão abusado
Não tem preconceito
Só anda sozinho
Com muito
Trejeito
Ar tão desligado,
Mas plena
Atenção
Conhece
Das roupas de moda
No traje maneiro
Tem dente de ouro
Devendo
Ao bicheiro
No ás do baralho
Faz seu
Ganha pão
Se alguém,
Ocupar
Seu espaço
Tem pernada,
Estilete
Na mão
Sem páreo,
Até no abecedário
Não tem medo algum
Malandro,
Tem um
Ponto “cego”
Traz Giselda
Em seu
Coração
Nos braços
Da doce morena
Ele é qualquer um