FLORES A ANGRA DOS REIS

Na conquista eminente,

Os índios perderam espaço,

Na luta, sobreviventes,

Sob a força do branco aço.

Nessa intensa inconstância,

Foi marcada a distância,

Entre quem manda e quem obedece.

Definiu-se assim o destino,

Nas unhas de um bravo felino,

O mais fraco, sempre padece.

Os escravos, na labuta,

Com suor, deixaram marcas,

Em uma intensa disputa,

Entre o tronco e a chibata.

As riquezas afloraram,

Pela força, cá deixaram,

Vestígios de dores e glórias.

Em uma luta constante,

Veteranos e principiantes,

Compartilharam as vitórias.

Mambucaba, história,

Misturada com o cheiro de terra,

Preservada na memória,

Entre o mar e as grandes serras.

De fazendas nas origens,

Ainda com matas virgens,

Caminhos de itinerantes.

Nossas lendas de tesouros,

Até o caminho do ouro,

Vindos de terras distantes.

O transporte no lombo do burro,

Escoando a produção,

Na lida, canções e sussurros,

Banana, café e feijão.

Do caboclo, a dura missão,

De preservar no coração,

A vontade de vencer.

A fé, mais um instrumento,

E a força dos quatro ventos,

Fez aumentar seu poder.

De Angra dos Reis, o cantinho,

Também o Quarto Distrito,

Sempre vista com carinho,

Convivência sem atritos.

Tem o Morro Boa Vista,

Que pra muitos, a conquista,

Exala a brisa do mar.

Vila Histórica é a marca,

Anfitriã e Matriarca,

Justiça a se destacar.

Praia Brava e Praia Vermelha,

Compõem o nosso cenário,

Beleza que pra todas, espelha,

Descritas em nosso diário.

O minério, com muita energia,

No fluxo da água do dia,

Alimenta os reatores.

Na roda viva da vida,

Pra nossa Angra querida,

Ofereço-lhe lindas flores.