Da alma de um lanceiro

Da alma de um lanceiro

(Milonga)

Letra: Ivonir Leher

Música: Luiz Felipe Cornel

Fiz de potreiro, as coxilhas do Rio Grande

De berço pátrio, os campos do Batovi

Deste mangrulho, contemplei vasto horizonte

Bebi da fonte, nas águas do Jaguari.

Por estas bandas, fui soldado sem quartel

Risquei fronteiras, à lança e ponta de adaga

Sina guerreira, que herdei de pai p’ra filho

Sangue caudilho, que a memória não apaga.

Servi às hostes, da velha Cavalaria

Gastando estribo, fui lanceiro e domador

P’ra João Propício, amansei um pingo tordilho

Bom de lombilho, trote manso e marchador.

Peleando junto, com Osório, o legendário

Em Paysandu, meu sangue foi derramado

Nasci da terra, e a terra me fez mortalha

Porém minh’alma, não deixou de ser soldado.

Nas noites claras, rondo o velho Regimento

Quando o lamento, do minuano faz ponteio

A um relincho, perdido na madrugada

Campeando “as casa”, p’ra desencilha do arreio.

Gravada no CD do Festival da Canção Gaúcha Lanceiros do Batovi, São Gabriel-2003.

Intérprete: Felipe Cornel